A mudança de regime tributário é uma decisão estratégica que pode gerar grande impacto na carga fiscal e no fluxo de caixa da empresa.
Porém, essa alteração não ocorre automaticamente: ela segue prazos legais específicos e exige o cumprimento de etapas formais.
Neste guia, você vai entender como funciona o processo de mudança de regime tributário, qual é o prazo limite e quais são os cuidados essenciais para garantir que a transição ocorra sem riscos ou perda de benefícios fiscais.
A Janela Anual para a Mudança: O Prazo Limite em Janeiro
A legislação brasileira estabelece um período fixo para alteração do regime tributário, válido para todas as empresas. Essa janela ocorre no início de cada ano-calendário, entre 1º e 31 de janeiro. Como já explicamos no nosso guia completo de planejamento tributário (Regime Tributário: Análise para uma Escolha Estratégica), preparar essa decisão com antecedência é essencial para garantir o melhor enquadramento fiscal.
Durante esse período, é possível optar por:
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Ingresso no Simples Nacional, caso a empresa atenda aos requisitos;
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Mudança do Lucro Presumido para Lucro Real (ou vice-versa).
Após o encerramento do prazo, a escolha só poderá ser feita no ano seguinte. Por isso, a preparação deve começar ainda em novembro ou dezembro do ano anterior, garantindo tempo hábil para análise financeira, projeções e regularização de eventuais pendências — etapa fundamental em qualquer estratégia tributária bem planejada.
Prazo de 2026: A opção de mudança deve ser realizada até 31 de janeiro de 2026, com início de vigência em 1º de janeiro do mesmo ano. Para entender como essa decisão impacta o fluxo de caixa e a competitividade do negócio, vale ver também como abordamos esse tema no nosso artigo sobre escolha do regime tributário ideal.
O Checklist de Preparação: O que Fazer ANTES do Prazo Final
Antes de realizar a solicitação formal da mudança, é essencial seguir um checklist de preparação tributária para garantir que todos os critérios estejam atendidos e que a decisão seja tecnicamente embasada.
Uma etapa muitas vezes ignorada — mas crucial — é a análise prévia dos números da empresa. Como destacamos no nosso conteúdo completo sobre diagnóstico tributário (Diagnóstico Tributário: A Análise para a Escolha do Regime), essa avaliação permite comparar cenários e entender qual regime realmente oferece a melhor economia dentro da lei.
✅ Revisar o faturamento anual e o limite do regime desejado;
✅ Avaliar se há débitos em aberto com a Receita Federal, Estados ou Municípios;
✅ Realizar um diagnóstico tributário detalhado para confirmar qual modelo é mais vantajoso e evitar erros de enquadramento;
✅ Solicitar o enquadramento societário correto junto à contabilidade, se necessário;
✅ Organizar documentos fiscais e relatórios de faturamento para inserção nos portais oficiais.
📋 Dica: A antecipação evita contratempos — especialmente para empresas que desejam entrar no Simples Nacional, cujo deferimento depende de análise da Receita Federal.
O Passo a Passo do Procedimento de Alteração

O processo de mudança de regime tributário pode variar conforme o porte e a forma de tributação da empresa, mas geralmente segue três etapas essenciais:
- Verificação de Pendências Fiscais:
Antes de solicitar o novo regime, a empresa deve regularizar todas as dívidas tributárias. Débitos ativos impedem o deferimento da opção, principalmente no caso do Simples Nacional. - Solicitação Formal nos Portais Governamentais: A mudança deve ser feita exclusivamente de forma eletrônica, por meio dos sistemas oficiais: Simples Nacional: Portal do Simples Nacional (Receita Federal); Lucro Presumido ou Lucro Real: Comunicação via contabilidade, com registros na DCTF e Escrituração Contábil.
- Pagamento da Primeira Guia como Confirmação: A emissão e o pagamento da primeira guia de tributos do ano consolidam a escolha do regime. A partir desse momento, a empresa passa oficialmente a operar sob as novas regras fiscais.
As Consequências de Perder o Prazo de Alteração
Perder o prazo significa ficar vinculado ao regime anterior por todo o exercício fiscal.
Isso pode gerar impactos diretos, como:
- Pagamento de impostos mais altos que o necessário;
- Impossibilidade de usufruir benefícios fiscais disponíveis em outro regime;
- Risco de desenquadramento involuntário (como do Simples Nacional).
Além disso, mudanças retroativas não são permitidas — o que reforça a necessidade de planejamento e acompanhamento profissional.
A Importância da Assessoria para um Processo sem Erros
Embora o processo pareça simples, qualquer erro técnico pode inviabilizar a mudança.
Uma assessoria especializada garante:
- O enquadramento correto de acordo com o porte e atividade da empresa;
- A análise técnica prévia (diagnóstico tributário) para confirmar a viabilidade da alteração;
- O cumprimento de prazos e etapas legais com segurança e respaldo jurídico.
O prazo para a mudança de regime é limitado. Garanta que o procedimento seja feito corretamente e a tempo. Entre em contato com nossos especialistas para uma assessoria completa.
